quinta-feira, 30 de julho de 2009

OS VÍRUS DO MOMENTO

É fato! A nova gripe está circulando livremente pelo país. Até as últimas notícias que tive 25 pessoas haviam morrido em consequência do vírus H1N1. A maioria das vítimas do sul e sudeste (estou preocupado com KK). governo de São Paulo adiou o recomeço das aulas em escolas e faculdades e recomenda que a população evite lugares de grande fechados e de grande concentração de pessoas. Cientistas brasileiros preveem que terão uma vacina pronta até o mês de Abril do ano que vem. Foram apontados membros de grupos de risco: gestantes, idosos, portadores de obesidade (me lenhei!)...

Não sei se sou só eu... mais alguém se tocou que em Fevereiro tem Carnaval e que o país vai receber um fluxo grande de turistas do mundo todo? Mais alguém lembra que boa parte desses turistas vem de áreas onde o vírus tem circulado em grande proporções, tipo... Argentina?

Será que só eu tenho a impressão que ninguém vai querer usar aquelas máscaras super incomodas que só o Michael Jackson gostava? Principalmente porque atrapalha aquele turista bonitão beijar 10 ou 15 meninas por dia. E estas meninas vão beijar 10 ou 15 outros rapazes cada. E estes rapazes vão beijar mais 10 ou 15 moças ou rapazes cada. Opa! Beijo é uma forma de transmissão do novo vírus da gripe! Ah, que merda! Parece que as coisas vão piorar um pouco antes de alguma solução. Putz!

O outro vírus de livre circulação no Brasil é um pouco mais polêmico. Aqui no Ideiorama já falamos de quase tudo: sexo, drogas, rock 'n roll. Mas ainda não tocamos no tema religião e é justamente esse a nova epidemia do momento: a dos PADRES CANTORES!

Tudo começou nos anos 60 do século passado. A novidade era um padre jovem com convicções seguras em sua fé e que atormentou a minha geração com canções como "Oração da Família", "Um Certo Galileu" e "Amar como jesus Amou" e refrões melancólicos e que matam de raiva porque demoram de sair da cabeça:

"Abençoa Senhor as famílias, amém! Abençoa Senhor, a minha também"

Seu nome era Padre zezinho.

Já na década de 90, eclodiu no país um fenômeno chamado Renovação Carismática. Meio que querendo atrair de volta para a Igreja Católica jovens que evadiram a mesma depois de se decepcionarem com frequentes casos de abusos sexuais de crianças por padres e a manutenção de ideias antiquadas como a rejeição do preservativo e o casamento homossexual.

Neste momento aparecerem nomes como o Padre Zeca e o seu "Deus é Dez", Padre Antônio Maria e o mais famoso (e menos talentoso) dos três: Padre Marcelo Rossi. Com eventos dignos do arrastão do Chiclete com Banana, Padre Marcelo, como é carinhosamente chamado pelo seu rebanho, fazia seu povo lotar ruas com canções como:

"(...) Erguei as mães e dai glória a Deus, Erguei as mãos e cantai com os filhos do Senhor. Os animaisinhos subiram de um a um (...) A MINHOQUINHA (...)"

Misteriozamente, seu público era formado em sua maioria por jovens de alma, contudo seus corpos era da terceira idade. Joviais mesmo, só os Padres. Mas então veio o novo milênio e a promessa da Era de Aquário e com ela uma nova leva de Sucessos da industria fonográfica Cristã. Destaque especial para o Pop Star Padre Fábio de Melo comentado muito mais por seu perfil de galã de novela das 8, que pela sua mensagem. A bola da vez é o Padre Reginaldo Manzotti e o mais novo DVD, "Creio no Deus do Impossível" (alguém conhece os outros DVDs da carreira dele?).

Falando sério agora: respeito e muito a religião alheia. Chamei de novo vírus por ter se propagado com uma velocidade tremenda no país. desejo sucesso para todos eles (com excessão do vírus da gripe suína) e que suas carreiras tanto sacerdotais como musicais tenham vida longa e prospera.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

ROQUE, O PROFETA ETÍLICO

Outro dia, andando com os colaboradores deste blog, Demis e Rafael, lebrei de um cara genial que eles não tiveram a chance de conhecer. Magro, moreno-cor-de-formiga, barba espessa até o peito, precedido por um bigode "a la" Seu Madruga. Calvice proyumberante em conflito com o cabelo cumprido a altura do pescoço. Dentes falhados, ou seja, um tem o outro não, mas fortes o suficientes para abrir garrafa de cerveja.

Seu Nome? Roque. Sua profissão? Profeta Etílico. Essa figura tosca é a maior viagem. Bebe mais que a caipora, chegando a dormir abraçado com o poste enquanto o cachorro lambia sua boca. Volta e meia é um cigarrinho. Um parceiro ideal de noitadas para Quincas Berro D'água. Jorge Amado ia adorar conhecê-lo.

Contava histórias impagáveis de quando fumava maconha nas Alagoas. essa semana, em meio a todo o estardalhaço em torno da morte de Michael Jackson, lembrei de Roque, com uma meia amarrada na testa, cantando, enquanto segurava o saco, fazeno gestos obcenos.

- Ô GATO PILÉ... PILÉ NAITCHI! Ô GATO PILÉ... PILÉ NAITCHI (se você não faz ideia do que é isso, lembre do refrão da música thriller do MJ, mas n me pergunte que raios de língua é essa).

Nesta mesma ocasião, ainda com uma meia amarrada na testa como um Rambo matusquela, Roque tomou meu violão e começou a tocar, com notas inimaginavelmente desafinadas, músicas do seu ídolo maior: Raul Seixas.

Você pode pensar, a priori, caro leitor, que Roque é um desses bebados imundos que dormem nas sargetas. Lêdo engano. Apesar dos outros títuos desse Vagabundo Iluminado (Cherôso, Dorme-Sujo, Chei-de-Pulga) Roque é muito bem cuidado pela esposa, Teresa, com quem vive a mais de trinta anos. Engraçado como ele nos apresentou:

- Venha Cá, venha cá que eu vou aresentar minha "Nêga Véa"!
- Peraê Roque! Eu vou, porra! Pera Cacete!
- Meu companhêro, essa é a "Nêga Véa"! "Nêga Véa" esse é meu companhêro!

Desconsertado, só pude dizer "muito prazer, Dona Nêga véa". Você deve estar se perguntando o motivo de Roque ser chamado de "O Profeta Etílico". Simples: depois de entornar todas e mais umas três, Roque revirava os olhos e dizia que o undo ia acabar no ano dois mil (Mesmo já tendo passado),que assidentes iam acontecer, que isso, que aquilo.

Essa foi uma pequena homenagem a essa figurinha única a quem vou dedicar o prêmio " ÊTA PORRA", dedicado a pessoas de comportamento atípico, em oposição as convenções impostas por essa maldita sociedade de origem judaico-cristã ocidental e repressora. Esse prêmio será periódico, podendo ser divulgado semanal, mensal, semestralmente ou quando me der na telha.

Se você passar por Roque, cumprimente ele. Aperte sua mão. Pague-lhe uma "Bombinha". as não somente esse Roque, mas especialmente esse Roque. Faça isso ao Roque que mora perto de você, ao Roque do seu bairro, Ao Roque da sua rua. Quem sabe até você é um Roque e não sabe! E se não for, torne-se um Roque! Abraço Todos.

Lembranças aos bebados Tarsis, Demis e Rafael